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Alexandre Miranda
Neuralgia do
trigêmeo
Neuralgia do Trigêmeo
Cirurgia
NEURALGIA DO TRIGÊMEO - TRATAMENTO CIRÚRGICO
Cirurgia para neuralgia do trigêmeo
O objetivo da cirurgia é eliminar a compressão do nervo trigêmeo, afastando o vaso sanguíneo e isolando o nervo. Alguns dos tratamentos disponíveis são os seguintes:
Micro descompressão vascular
É uma cirurgia que é usada a décadas para o tratamento da neuralgia do trigêmeo. Usando um microscópio cirúrgico, o neurocirurgião afasta a artéria que está comprimindo o nervo e coloca um material isolante (Teflon®) entre os dois. Este isolante não é absorvível e permanece no local indefinidamente. Geralmente promove um alívio imediato da dor em cerca de 95% dos pacientes. A maior vantagem é que esta técnica causa pouca ou nenhuma dormência na face. Este é um procedimento que realizamos com relativa frequência e que tem resultados excelentes. Indicamos para dor intensa que não esteja melhorando com o uso de medicamentos ou quando o paciente não tolera os efeitos colaterais dos medicamentos
Rizotomia sensitiva
Em situações extremas, pode ser necessário cortar o nervo para que não ocorra mais a passagem de sinal de dor para o cérebro. Porém, este é um procedimento irreversível e que causa anestesia e dormência na face permanentes, devendo ser reservado apenas para os casos em que todos os outros tratamentos não obtiveram sucesso. A fibra motora do nervo trigêmio deve ser preservada para não comprometer os músculos da mastigação.
Procedimentos com agulha
Uma agulha é inserida através da pela da bochecha até atingir a região do nervo trigêmio na base do crânio. Um medicamento é injetado (ou outro tipo procedimento é realizado) com o objetivo de impedir a passagem dos impulsos nervosos que levam a sensação de dor até o cérebro. Um grau de anestesia e dormência facial é um problema esperado neste tipo de procedimento, então o alívio prolongado da dor deve ser obtido para que valha a pena. Estes procedimentos são muito bons para pacientes idosos ou que têm um risco elevado para a cirurgia pois são realizados com anestesia local e sedação leve.
Na rizotomia por radiofrequência a agulha é ligada a um aparelho que emite uma corrente que destrói o nervo através do calor. Ocorre alívio imediato da dor na grande maioria das pessoas. Cerca de 20% dos pacientes apresentam recorrência da dor dentro de 15 anos. Nesse caso, a repetição da rizotomia, o uso de medicamentos ou outro tipo de procedimento cirúrgico podem ser considerados. As complicações incluem visão dupla, fraqueza na mandíbula, perda do reflexo da córnea, disestesia (um tipo de dormência) e, muito raramente, anestesia dolorosa. Dormência parcial na área onde a dor existia é esperada. Outras complicações, tais como visão turva ou problemas de mastigação, são geralmente temporárias.
A compressão do balão é semelhante à rizotomia em que uma agulha oca é passada através da bochecha até o nervo. No entanto, é realizada sob anestesia geral. O cirurgião coloca um balão próximo ao nervo trigêmeo através de um cateter. O balão é inflado e comprime o nervo ferindo as fibras que causam dor. Depois de vários minutos o balão e o cateter são removidos. A compressão por balão proporciona alívio imediato da dor em até 80% dos pacientes. Destes, cerca de 20% apresentam recorrência da dor dentro de 3 anos. As complicações podem incluir dormência leve, problemas de mastigação ou visão dupla.
Radiação
O objetivo do tratamento de radiação é agir na raiz do nervo trigêmeo para interromper os sinais de dor alcancem o cérebro. A radiocirurgia estereotáxica é um procedimento ambulatorial não invasivo que utiliza feixes de radiação para destruir parte do nervo trigêmeo. Semanas após o tratamento, uma lesão vai se desenvolvendo gradualmente onde a radiação atuou. O alívio completo da dor pode não ocorrer imediatamente, mas geralmente aparece de forma progressiva ao longo do tempo. Cerca de 50% dos pacientes têm alívio da dor em um mês e em 75% dos casos a dor melhora após dois meses. Os pacientes permanecem tomando sua medicação normalmente, durante um período de tempo após o tratamento, para controlar a dor enquanto a radiação tem efeito. Este tratamento não costuma ser definitivo e a dor pode voltar alguns anos depois. As complicações que podem ocorrer incluem dormência no rosto e olho seco.
Texto redigido por Alexandre Miranda - Neurocirurgião - Belo Horizonte - MG - Brasil