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MENINGIOMA -

TRATAMENTO CIRÚRGICO

Retirada parcial

Os meningiomas com localização mais profunda às vezes não podem ser totalmente removidos devido ao risco de sequelas. Nessa situação, usando sua experiência e bom senso, o neurocirurgião pode optar por retirar parte da lesão e evitar abordar as áreas de maior risco. Assim é possível obter excelentes resultados para o paciente com um risco bem baixo. Os sinais e sintomas podem ser aliviados e a pessoa então pode retornar à sua vida normal. A porção remanescente da lesão, de maneira geral, é acompanhada com a repetição periódica dos exames de imagem como a Tomografia Computadorizada ou a Ressonância Magnética. Também é possível usar radioterapia para tratar esse resto de lesão.

Quando o paciente apresenta alguma doença grave ou algum outro problema que aumente substancialmente o risco cirúrgico, também pode-se optar pela retirada parcial da lesão (veja a figura abaixo). Prodedendo-se dessa maneira a cirurgia fica mais rápida e o sangramento é menor o que é uma vantagem considerável para os pacientes mais debilitados. 

 

Meningioma gigante cerebral
Pos op meningioma gigante
ressonancia de meningioma pos operatorio

Tomografia computadorizada de um meningioma gigante (A) e o aspecto pós operatório dois dias após sua retirada parcial (B)

Tratamento clínico ou conservador

 

Alguns tipos de meningiomas, especialmente os pequenos, podem ser apenas observados, ou seja, serão acompanhados com repetição dos exames regularmente (a cada seis meses ou um ano, por exemplo). Em algumas situações, o médico pode indicar o tratamento cirúrgico. Quando opta-se pelo acompanhamento clínico, os exames vão sendo comparados e, se for identificado um crescimento ou outro tipo de alteração no meningioma, a cirurgia é realizada.

meningioma da base do cranio

A ressonância magnética acima mostra um meningioma da base do crânio que foi tratado sem cirurgia, apenas com acompanhamento anual.

meningioma cistico

Este meningioma cístico foi removido através de cirurgia.

Pacientes idosos e com a saúde debilitada geralmente não são candidatos a tratamento cirúrgico. Na outra extremidade estão os jovens e saudáveis que provavelmente vão se beneficiar de uma cirurgia precoce. Como eles têm uma expectativa de muitos anos de vida pela frente, a opção de repetir exames regularmente pode não ser a mais adequada. Além disso, uma cirurgia realizada precocemente, enquanto a pessoa dispõe de boa saúde, tem mais chance de sucesso do que uma realizada tardiamente, quando a velhice frequentemente vem acompanhada de alguma doença. 

 

Meningiomas profundos, de difícil acesso ou localizados junto de áreas eloquentes (áreas importantes, indispensáveis) contribuem para aumentar o risco de um eventual tratamento cirúrgico. Já aqueles superficiais ou localizados em áreas não tão importantes, podem ser eliminados com uma cirurgia.

O médico avalia esses e diversos fatores para optar por um ou outro tratamento. 

Cirurgia

 

Na grande maioria das vezes, tratando-se de lesões maiores e em pessoas mais jovens, geralmente nós aconselhamos o tratamento cirúrgico. Por que? Veja abaixo nossas observações:

  • Quando a pessoa descobre que tem um meningioma cerebral, na maioria das vezes, sua vida muda drasticamente. Mesmo que seja uma lesão pequena e inocente. Pelo resto da vida, caso não opere, toda vez que tiver uma dor de cabeça, uma tonteira, um mal-estar ou qualquer outro sintoma banal, o medo volta a se instalar. Ou seja, a vida pode virar um inferno.

  • Quando é decidido por não operar, o tratamento é baseado nas imagens, seja de tomografia ou ressonância. O problema é que a tomografia, apesar de ser mais rápida e confortável, emite doses altíssimas de radiação, podendo até provocar câncer no futuro. Ou seja, é um exame excelente mas que tem que ser criteriosamente indicado. Já a ressonância magnética oferece mais detalhes ao médico, porém é um exame extremamente desconfortável para algumas pessoas, pois é demorado, barulhento e o aparelho é bem apertado e pode despertar sentimentos de claustrofobia.

  • Devemos imaginar também que esses exames deverão ser realizados para "o resto da vida". Imagine a angústia de repetir os exames de meses em meses além da expectativa de ter que aguardar o resultado para saber "se o tumor cresceu".

  • E, caso o tumor tenha crescido, o paciente deverá ser operado. Não poderá mais esperar. E se quando isto ocorrer ele já esteja com uma idade mais avançada e não tolere bem uma cirurgia? E se sua saúde já não for a mesma?

 


A cirurgia hoje em dia, como já dissemos, é bastante segura. Por isso, na maioria da vezes, a nossa opinião é de tratar com cirurgia essas lesões descobertas acidentalmente. Não vemos sentido em ficar adiando o problema. Com uma cirurgia precoce o meningioma pode ser eliminado imediatamente, aproveitando-se a oportunidade de tratar uma lesão pequena e provavelmente mais fácil de ser abordada.


Um outro tipo de abordagem deve ser feito quando a lesão é muito profunda e de difícil acesso, ou quando já há comprometimento de outras estruturas nobres. Nessa situação, podemos optar por uma cirurgia com retirada parcial ou subtotal do meningioma 

(cerca de 80 a 95%), ou até mesmo optar apenas pelo acompanhamento. Da mesma forma, em pessoas mais idosas ou com a saúde muito debilitada, a cirurgia provavelmente não seria a primeira opção.

 

Texto redigido por Alexandre Miranda - Neurocirurgião - Belo Horizonte - MG - Brasil

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